Quando se trata de Madonna, é bom se prevenir e perguntar qual é a penúltima – e nunca a última – que ela aprontou. Depois de uma sexta-feira (13/11/2009), politicamente correta, quando visitou a Comunidade Santa Marta, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, sem a companhia do namorado, Jesus Luz, esperava-se que no sábado (14) ela tivesse apenas uma tarde de lazer em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense, na casa de Eike Batista. Daí a surpresa: sites internacionais dedicados a celebridades anunciaram que ela se casaria com o modelo carioca, nessa data. A pop star e o modelo, que parece mesmo ser o grande responsável por essas miniférias que ela passou no Brasil, embarcaram para Angra no heliponto da Lagoa, Zona Sul carioca, em um táxi aéreo, às 15h30. Quatro horas depois, o casal já estava de volta.
Na sexta, a cantora chegou à comunidade do Morro da Dona Marta às 18h30 e foi embora às 19h15, sempre usando o acesso pelo alto, onde está instalada a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Cercada por 60 seguranças (policiais civis e militares) e uma comitiva de cerca de 50 pessoas que acompanhavam o governador Sérgio Cabral e a primeira-dama, Adriana Anselmo, a estrela se dirigiu para a quadra em que estava montado um palco. No caminho, foi simpática com a imprensa, os fãs e moradores que a aguardavam. Respondeu apenas o que achava da experiência que estava vivendo.
“It’s great to be here. I love Brazil” (''É ótimo estar aqui. Eu amo o Brasil''), declarou, diminuindo o passo, mas sem permitir novas perguntas. Na quadra, ela não fez cerimônias. Sentou-se no chão - gesto que foi acompanhado pelo governador, a primeira-dama e por Fiorella Solares, 52, coordenadora geral da Ação Social pela Música no Brasil, ONG mantida pela Escola Alemã Corcovado, que atua na comunidade há um ano e trabalha com crianças e jovens dos 7 aos 17 anos na área de música e dança.
A terceira atração foi a bateria-mirim da Escola de Samba Unidos do Santa Marta. Um grupo da comunidade que pratica caratê com policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora não teve tempo de se exibir para Madonna, que ficou na quadra por apenas 20 minutos.
A cantora recebeu e prometeu assistir a um DVD contendo todas as informações do projeto que a Ação Social pela Música no Brasil executa no Dona Marta. Atualmente apenas 70 crianças e jovens – 40 do Dona Marta e 30 do Babilônia, no Leme – usufruem das atividades da ONG, que tem capacidade para atender 200. Da quadra, Madonna seguiu para a Estação 5 (ponto final do teleférico que liga a parte baixa com a parte alta do morro), onde embarcou até a Estação 3.
Segundo uma das ascensoristas que conduziu Madonna no teleférico, ela teve curiosidade de conhecer a laje onde Michael Jackson gravou um clipe no Dona Marta, em 1996, e que fica ao lado da Estação 4. “Parei o bondinho e o governador mostrou o local. Ela só desceu na Estação 3 onde visitou um apartamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Madonna parecia estar encantada com a vista que se tem do teleférico, tanto da comunidade quanto do asfalto. Foi muito simpática durante toda a viagem”, comentou a ascensorista. No apartamento do PAC que visitou, a rainha do pop conheceu a estudante Brenda Vitória Souza, 14, e a mãe da adolescente, Josefa França de Figueiredo, 48. Brenda é paraplégica. “Ela quis saber meu nome e se eu estudava. E me incentivou a continuar os estudos e minha fisioterapia dizendo que eu vou ficar boa”, contou a menina.
Para a dona de casa Josefa Figueiredo, que disse não ter acreditado ver a Madonna “em carne e osso” entrando na casa dela, a artista pareceu ser uma pessoa simples. “Eu cheirava a alho, porque estava na cozinha refogando o feijão. E mesmo assim ela me cumprimentou. Além de me parecer uma pessoa muito simples, Madonna demonstrou, pelo que fez com a minha filha, que realmente se preocupa com as pessoas carentes.”
Revista Contigo! [Por Carlos Ramos]