segunda-feira, 13 de abril de 2009

Um pouco de Madonna




Especial: Madonna


“Sou forte, ambiciosa e sei exatamente o que quero, se com isso sou uma vadia, tudo bem.”
Madonna


DISCOGRAFIA

Álbuns
1983: Madonna
1984: Like a Virgin
1986: True Blue
1989: Like a Prayer
1992: Erotica
1994: Bedtime Stories
1998: Ray of Light
2000: Music
2003: American Life
2005: Confessions on a Dance Floor
2008: Hard Candy
2009:Celebration

Compilações
1987: You Can Dance
1990: The Immaculate Collection
1995: Something to Remember
2001: GHV2
2003: Remixed & Revisited
2006: I'm Going to Tell You a Secret (CD+DVD)
2007: The Confessions Tour(CD+DVD)



Trilhas Sonoras
1987: Who's That Girl
1990: I'm Breathless
1996: Evita
2000: The Next Best Thing

DVDs
1985: The Virgin Tour**
1988: Ciao Italia– Live from Italy
1991: The Blond Ambition - Live Nice
1993: The Girlie Show - Live Down Under
1990: The Immaculate Collection
1999: The Video Collection 93:99
2001: Drowned World Tour 2001 - Live in Detroit
2006: I'm Going to Tell You a Secret (DVD+CD)
2007: The Confessions Tour (DVD)
2009: Sticky and Sweet Tour (DVD)





Mas é com “Confessions on a Dancefloor” (2005), que a cantora mostra que não perdeu a majestade, ao criar mais algumas polêmicas, desta vez com rabinos judeus por causa da canção “Isaac” e com uma musicalidade repleta de referências.



Outra polêmica agora atingia sua vida pessoal. Era iniciativa de adotar uma criança africana. Se isso é mais uma tática da diva de permanecer no trono ainda não se sabe. Muitos dos críticos afirmam que Madonna não causa mais tanto impacto. Muitos dos papparazzos apontam que suas fotos não valem mais como antigamente. Será? Só a única foto do seu casamento com Guy Ricthie, na Escócia custou um milhão de libras. No dia 16 de agosto, Madonna completa 50 anos. E qual cantora nesta idade exibe ainda tanto vigor e popularidade?



O fato é que a artista sabe bem o significado da palavra “marketing”. Já foi “bad girl”, “material girl”, “vamp”, loira platinada, “cowl girl”, esotérica, e por aí vai. Agora, temos uma Madonna mais politizada, materna. Alguns ainda apostam que essa fase mais “caseira”, de “madame inglesa”, é chata e passageira. Preferem àquela cantora das décadas de 80, 90. Mas ela teria o mesmo sucesso se não se re-invetasse?

E por outro lado, até quando esta fórmula irá dar certo? Nunca se sabe. O mundo da música, inclusive o pop, é tão incerto. Uma coisa é fato: Madonna abriu espaço para outras artistas femininas, num período em que as vozes masculinas dominavam os pódios musicais. No entanto, o nome Madonna ainda não é uma pintura rupestre, e suas canções irão perpetuar por muito tempo.

Ela sabia o que queria. Como a própria cantora afirmava, ela queria dominar o mundo da música. Nascia ali o primeiro sinal de prepotência que marcaria a personalidade da artista. O pontapé para o estrelato veio com o lançamento de “Like A Virgin”, canção que a tornou famosa em todo o mundo, e a fez atingir a marca de oito milhões de cópias vendidas, sendo a música mais tocada da época. Depois veio “Holiday”; “Papa, Don't Preach”; “True Blue” e “Open Your Heart”.

Em 1985, Madonna casa-se com o ator Sean Penn, que conheceu nas gravações do vídeo de “Material Girl”, videoclipe que já ilustrava perfeitamente a imagem da garota que iria preponderar nos próximos anos. O vídeo é uma referência a performance da atriz Marilyn Monroe na canção “Diamonds Are Girl’s Bestfriend”. Ele apresentava Madonna vestindo uma cópia do vestido rosa-choque de Marilyn, como no filme "Os homens preferem as loiras", cantando em uma escada, com um coro de rapazes usando smoking. Madonna já se comparava a Marilyn, pois todos estavam obcecados com sua sexualidade e já a transformavam em um mito.

O casamento com Sean Pen, que durou quatro anos, foi a primeira prova de fogo da celebridade. Ali, Madonna teria sua vida pessoal extremamente escancarada pelos tablóides: as suspeitas de seus casos extraconjugais e as intermináveis brigas com o marido. Dali em diante, Madonna e o sucesso andariam juntos, mas tudo que a popstar fizesse, também viraria notícia.



Veio a separação. Madonna viria a colecionar inúmeros casos amorosos, e também rumores sobre sua bissexualidade, inclusive a partir de sua indecifrável relação com Sandra Bernhard. Com a venda de discos, ela também atingiria cifras até então impensáveis. A cantora continuou lançando hits clássicos da música pop como os que compunham os álbuns “True Blue” em 1986, “Like a Prayer” em 1989, “Erotica” em 1992. Madonna também investia em videoclipes cada vez mais ousados, provocativos, misturando religião, sexo e fortes cenas de lesbianismo e homossexualidade.




Os mais controversos foram “Like a prayer”, ao qual a cantora desafiava a igreja Católica, tendo uma relação de afeto com um Jesus Cristo negro, e cantando diante de um cenário com cruzes pegando fogo. E também “Justify My Love”, em que Madonna interrompe uma orgia repleta de sadomasoquismo.

Se as incursões da cantora no mundo do videoclipe se tornaram memoráveis, o mesmo não se pode dizer nas suas tentativas no cinema. Madonna foi protagonista de vários filmes, entre os quais se destacam “Procura-se Susan Desesperadamente” (1985) e “Dick Tracy” (1990), no qual fez a trilha sonora e teve um caso com o ator principal, Warren Beatty. Apesar das atuações medíocres, é no documentário que a artista mostra a que veio. “Na Cama com Madonna” (1991), contava os bastidores da turnê “Blond Ambition” (1992), o filme é recheado de cenas de erotismo explícito, ao estilo do livro de fotografias Erotica (1992), também lançado pela cantora.




Neste período Madonna motivou a ira dos críticos e de boa parte da população conservadora, é nítido ver que sua agressividade também se emanava nas canções, inclusive no álbum Erótica. Mas a fera do “showbizz” já amansava com a estréia de “Bedtimes Stories” (1994), um disco extremamente experimental, e com o suave “Something to Rembember” (1995).

É com a versão cinematográfica do musical Evita (1996) que a artista consegue respeito da crítica e do público. Nele, Madonna interpretou o papel central, de Evita Péron, cantando “Don't Cry For Me Argentina”. No mesmo ano, ela teve sua primeira filha, Lourdes Maria Ciccone Leon, com seu ex-preparador físico, Carlos Leon.



Dois anos depois Madonna volta à ativa. E volta melhor do que nunca. Lança “Ray Of Light”, que faturou quatro Grammys e alcançou mais de 21 milhões de cópias vendidas no mundo todo. É considerado o divisor de águas na carreira da cantora. O álbum traz uma Madonna totalmente mais espiritualista e com uma sonoridade mais eclética, alternando entre pitadas de rock e vendavais eletrônicos. “Ray Of Light” mostra uma Madonna mais madura, mais afinada. A artista abordou temas como meditação, natureza e paz. O disco foi considerado revolucionário por muitos críticos.

Nasce o seu segundo filho, Rocco, sendo que, desta vez, o pai é o cineasta Guy Ritchie. Nesta época, a artista extrapola o palco. Depois de vários trabalhos, Madonna praticamente ditou de tudo um pouco: música, cabelo, roupa (quem não se lembra dos seus inúmeros crucifixos e seu sutiã pontudo estilizado por Jean Paul Galtier?). Ela, então, resolve abrir a produtora e gravadora Maverick, que lança artistas como Alanis Morrisset.



Madonna continua na onda eletrônica com Music (2000). O discou vendeu 18 milhões de cópias em vários países. O álbum traz uma cantora mais moderna, com um som bem próximo da música produzida pelo grupo Daft Punk. Outro álbum é lançado em 2003, “American Life”, e teve a música “Die Another Day” como trilha sonora nas séries de James Bond.

O disco é considerado como um dos trabalhos mais controversos da artista. O albúm traz uma mistura de elementos techno com elementos de música folk e acústico. E de volta as polêmicas, as letras abordam temas relacionadas com a fama, política e religião. Mirwais Ahmadzaï, produtor, retorna a parceria com Madonna, ele havia trabalhado no álbum Music.




Apesar de tanta ousadia o álbum foi um fracasso de vendas, cinco milhões de cópias comercializadas. Muitos críticos afirmam que isso se deve ao single “American Life”. Aliás, o videoclipe para esta música foi gravado antes do início da invasão dos Estados Unidos no Iraque, conhecida “Guerra contra o terror” de George W. Bush.

O vídeo é extremamente antiamericano, mostra uma Madonna revoltada, de roupa camuflada e modelos desfilando numa passarela que vira palco de guerra. No final, um sósia do presidente americano pega na mão uma granada que a cantora atira de um tanque. Tamanha polêmica causou a censura do vídeo no canal de músicas MTV. Um fato interessante é que, de acordo com o site Wikipedia, em países que não apoiavam a guerra do Iraque, como França e Brasil, o disco alcançou o topo das paradas.

A marca da vez é uma Madonna mais politizada, que também inicia os estudos da Cabala e escreve livros infantis. Em 2004, Madonna deu início a “Re-Invention Tour”, que faturou 125 milhões de dólares em 56 shows ao redor do mundo. Ela também lança mais um documentário, “I Gonna Tell You a Secret”, que conta os bastidores da turnê e mostra a reconciliação com o pai.




Dezesseis de agosto de 1958. Nascia Madonna Louise Verônica Ciccone Ritchie. Aos cincos anos ela já se deparava com uma tragédia: a morte da mãe devido a um câncer. Vive com o pai, numa relação conflituosa que se estende até a vida adulta. Passa a ter aulas de dança, piano, interpretação. É nesta época que Madonna tem contato com as primeiras experiências sexuais (e homossexuais) aos 15 anos.

Logo depois, tenta a carreira de bailarina em Nova York. Como reza a lenda, chega à cidade apenas com trinta e sete dólares no bolso. Trabalha com a coreógrafa Martha Graham, posa nua para artistas plásticos, e alterna os serviços como garçonete.

A primeira incursão de Madonna na música se dá com a entrada para a banda “Breakfast Club” e depois com a banda “Emmy”. Em 1981, ela grava sua primeira fita demo e realiza um contrato com a “Sire Records”. Em seguida, já em carreira solo, sai o primeiro “single”, “Everybody”, que vende 250 mil cópias.

Mas será que Madonna esperava o que estava por vir? Diante de inúmeras entrevistas que a cantora concedeu, logo após os seus mega-sucessos, poderia se dizer que sim.

O que seria da música pop sem ela? Haveria alguma outra artista que conseguiria ditar tendências, não só musicais, mas também no campo da moda, no comportamento e nas atitudes? Qual cantora teria a coragem de misturar religião e sexo nas canções e nos videoclipes? Como seriam hoje Britney Spears, Kylie Minogue, Christina Aguilera, Gwen Stefani, entre muitas outras que já assumiram tê-la como referência?






Arrogante, prepotente, autoritária, pra muitos. Diva, popstar, deusa, para outros. Não importa. Goste ou não, uma coisa há de se admitir: ela tem seu papel na história da música.

Seu nome se tornou ícone de tudo que remete a inovação, reinvenção, enfim, sucesso e milhões de dólares. Aliás, são mais de 20 anos de carreira, mais de 250 milhões de discos vendidos, oito Grammys e 25 singles no topo das paradas. O nome por si só já carrega tanta originalidade. Já é fácil saber de quem as próximas linhas irão tratar.

A própria vida pessoal de Madonna já remete um tremendo roteiro digno de filme (mesmo que ele venha a ser censurado depois). Como explicar a trajetória de uma garota que sai do subúrbio de Detroit e atinge tamanho estrelato? E ainda é sinônimo de ousadia e quebra de parâmetros?